sábado, 4 de dezembro de 2010

Acessibilidade necessária.

As pessoas com deficiência tanto física, visual quanto auditiva que vivem em Votuporanga “constroem” suas próprias formas de acesso, devido a falta de acessibilidade do município. Diariamente quebram barreiras e lutam para conseguir o mínimo de bem-estar.
Quando se fala em acessibilidade, logo se pensa em construção de rampas. Mas é necessário muito mais para obter o acesso que portadores de deficiência precisam.
“ Em Votuporanga não existe acessibilidade. Eu não vejo acessibilidade em nada.”,afirma Joana Rocha Domingues, professora especialista em educação para deficientes visuais, residente de Votuporanga,  que por experiência própria sabe as dificuldades de um deficiente visual na nossa cidade.
“O transporte além de precário, não é adaptado, na questão do transito, não se tem semáforo sonoro que facilitaria para o deficiente estar transitando de forma independente.As ruas não possuem piso tátil para se ter noção de onde se encontram orelhões, postes, lixeiras e rampas. Nas lojas, bancos também falta esse acesso. Na verdade não há acessibilidade em nenhum lugar que freqüento”, ressalta a docente.
A medida correta a ser tomada segundo ela é a pesquisa com essas pessoas que  necessitam desses acessos para que sejam construídos de forma que atenda a necessidade de todos, pois cada deficiente precisa de um tipo de acessibilidade adequada. Sendo suplente do vice-presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Votuporanga confirma que essa atitude não foi tomada com relação a reforma da rua Amazonas.
Na obra que encontra-se em andamento, ainda não houve grandes melhorias. Sendo aumentado em um metro de largura a calçada, porém com a implantação de palmeiras e logo mais com a colocação de bancos que ocuparão cerca de quarenta á cinquenta centímetros, não modificando muito o acesso para pessoas deficiêntes, devido que aumentaram os obstáculos e o espaço não teve grandes alterações.
Segundo o arquiteto responsável pelo projeto,Carlos Eduardo Arantes Cavalleri, a criação de rampas com corrimão, piso tátil nas esquinas e rampas estão no projeto de reforma. Obedecendo as regras e medidas já estabelecidas,que ainda não foram implantadas devido a necessidade de asfaltar rapidamente a rua, para amenizar o barro. “Medidas serão tomadas”, afirma o arquiteto.
Acessibilidade é muito mais que construir rampas, ter semáforo sonoro, piso tátil.Ser acessível é dar condições básicas para que todos, sem exceção possam cumprir com seu dever de cidadão, tendo seus direitos exercidos. É necessário tanto na arquitetura quanto na sociedade em si, ser repensada a acessibilidade. Afinal, somos todos iguais perante a lei.

LORENA SEGALA


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